A Doença do Sono, ou Tripanossomíase Humana Africana, é uma infecção parasitária causada pelo Trypanosoma brucei
e é transmitida pela picada da mosca tsé-tsé.
A doença atinge áreas
rurais de 36 países da África Subsaariana e não ocorre no Brasil, mas
pode afetar pessoas que visitam estes países. A infecção ataca o sistema
nervoso central e, devido aos seus sintomas neurológicos graves, pode
ser fatal se não tratada.
Sinônimos
Tripanossomíase Humana Africana
Tipos
Existem dois tipos de doença do sono, que são classificados de acordo com a subespécie de parasita envolvido na infecção. Os tipos também são divididos de acordo com os territórios endêmicos, sendo que Uganda é o único país africano que apresenta os dois tipos da doença.
- Trypanosoma brucei gambiense: É a forma mais comum da doença, que corresponde a 98% dos casos relatados, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e causa uma infecção crônica. A pessoa infectada pode passar meses ou até anos sem apresentar a maior parte dos sintomas, fazendo com que o paciente, muitas vezes, só seja diagnosticado quando ele já se encontra num estágio avançado da doença do sono e o sistema nervoso central já foi afetado. É incidente na área ocidental e central do continente africano.
- Trypanosoma brucei rhodesiense: Hoje esta forma representa menos de 2% dos casos relatados da doença do sono, de acordo com a OMS, e causa uma infecção aguda. Os sintomas já são notados poucos meses, ou semanas, após a infecção e a doença se desenvolve rapidamente atingindo o sistema nervoso central. Alcança as porções meridional e oriental da África.
Causas
O parasita que causa a doença do sono (Trypanosoma) é transmitido para os humanos através da picada das moscas tsé-tsé, que vivem e procriam em regiões quentes e úmidas da África Subsaariana. A mosca, por sua vez, adquire o parasita picando outra pessoa ou animal infectado. Humanos, animais selvagens, domésticos e o gado servem como hospedeiros para o parasita. Por razões ainda não conhecidas, existem locais com grande incidência das moscas tsé-tsé em que não há epidemia da doença do sono. Há ainda outras formas de infecção, que são menos comuns, como:
- Transmissão vertical (de mãe para filho)
- Contaminação acidental em laboratórios com agulhas contaminadas
Fatores de risco
As populações das áreas rurais onde há incidência da doença do sono e que praticam agricultura, pesca, criação de gado ou caça são as mais expostas às moscas e, portanto, mais suscetíveis à doença.
Sintomas de Doença do sono
No primeiro estágio o parasita da doença do sono se multiplica e os sintomas não são específicos, como dores de cabeça e nas articulações, crises de febre e coceira.
Já no segundo estágio é quando os sintomas são mais óbvios, mas também
mais difíceis de serem tratados. Entre os sintomas do segundo estágio da
doença do sono estão:
- Mudanças de humor ou comportamento
- Confusão mental
- Febre
- Distúrbios sensoriais e de coordenação
- Aumento de linfonodos (ínguas)
- Fraqueza
- Convulsões
- Sudorese
- Ansiedade
- Distúrbios no ciclo do sono, em que a pessoa infectada não consegue dormir durante a noite mas é facilmente vencida pelo sono durante o dia
É importante ressaltar que, se não tratada, a doença do sono pode ser
fatal, apesar de casos de portadores saudáveis já terem sido relatados.
Buscando ajuda médica
Por ser uma doença comum apenas nos países africanos, caso um
estrangeiro que tenha viajado para as áreas com risco de contaminação
tenha algum dos sintomas do primeiro estágio, deve procurar
imediatamente ajuda médica antes que os sintomas se agravem. Estando em
um dos locais endêmicos da doença, sendo local ou viajante, também se
deve procurar ajuda médica ao aparecimento dos primeiros sintomas.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar a doença do sono são:
- Clínico geral
- Infectologista
- Os locais em que esteve e a incidência da doença do sono na região;
- Quando foi ao local e a duração da viagem;
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram;
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade;
- Os locais em que esteve e a incidência da doença do sono na região;
- Quando foi ao local e a duração da viagem;
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram;
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que tome com regularidade;
- Foi observada a presença das moscas tsétsé no local?
- Alguém que viajou com você foi diagnosticado com a doença? Qual tipo?
- Ficou hospedado em algum lugar em que os moradores tiveram a doença do sono?
Diagnóstico de Doença do sono
O diagnóstico da doença do sono é feito através da pesquisa do parasita em sangue ou líquido aspirado de linfonodos. O T. b. rhodesiense é mais facilmente encontrado no sangue do que o T. b. gambiense.
Todos os pacientes diagnosticados com Tripanossomíase Africana devem
ser submetidos a punção para coleta de líquido céfalo-raquidiano para
avaliar o envolvimento do Sistema Nervoso Central.
Apesar de ser difícil diagnosticar a doença no início, essa é a fase em
que ela é mais facilmente tratada, então deve ser feito o quanto antes.
Por ser comum em locais remotos e com sistemas de saúde deficientes,
estima-se que muitas pessoas infectadas morram antes mesmo de serem
diagnosticadas.
Tratamento de Doença do sono
O tipo de tratamento para a doença do sono irá depender do estágio em
que a doença se encontra, sendo que quanto mais cedo for iniciado o
tratamento melhores as perspectivas de sucesso. No primeiro estágio os
medicamentos utilizados são de baixa toxidade e fáceis de administrar,
mas no segundo estágio a medicação deve transpassar a barreira
hemato-encefálica para alcançar o parasita, então são medicações que
podem apresentar mais efeitos colaterais.
Para o primeiro estágio é recomendado o uso de pentamidina e suramina. Já para o segundo estágio da doença do sono, desde 2009, a OMS recomenda a combinação terapêutica de nifurtimox-eflornitina, ou NECT, que é mais seguro do que o melarsoprol, utilizado anteriormente.
Para o primeiro estágio é recomendado o uso de pentamidina e suramina. Já para o segundo estágio da doença do sono, desde 2009, a OMS recomenda a combinação terapêutica de nifurtimox-eflornitina, ou NECT, que é mais seguro do que o melarsoprol, utilizado anteriormente.
Complicações possíveis
Dentre as complicações decorrentes da doença então os danos causados
pelos momentos de sono durante as atividades diurnas (como ao manejar
máquinas), danos graduais no sistema nervoso central, coma e até a morte.
Expectativas
Quanto antes a doença do sono (de ambos os tipos) for diagnosticada e
tratada, melhores as expectativas de cura para o paciente. A medida em
que os sintomas forem se agravando, da mesma forma o estágio em que a
doença se encontra, o tratamento se torna mais complicado e incerto.
A boa notícia é que em 2009, pela primeira vez em 50 anos, o número de pessoas com a doença do sono caiu e a OMS tem firmado parcerias com indústrias farmacêuticas e fundações a fim de descobrir mais sobre a doença do sono, desenvolver novas drogas e enviá-las, gratuitamente, aos países com grande incidência da doença. Mas, ainda é necessário grande investimento em recursos financeiros e humanos para controlar a doença de forma mais eficaz.
Prevenção
A boa notícia é que em 2009, pela primeira vez em 50 anos, o número de pessoas com a doença do sono caiu e a OMS tem firmado parcerias com indústrias farmacêuticas e fundações a fim de descobrir mais sobre a doença do sono, desenvolver novas drogas e enviá-las, gratuitamente, aos países com grande incidência da doença. Mas, ainda é necessário grande investimento em recursos financeiros e humanos para controlar a doença de forma mais eficaz.
Prevenção
A prevenção da doença do sono inclui evitar áreas endêmicas e/ou se
proteger contra as picadas das moscas tsé-tsé. As roupas devem proteger o
corpo todo e ser grossas, pois a picada das moscas pode transpassar as
roupas mais finas. O uso de repelentes de insetos também é recomendado a
fim de prevenir a doença do sono, porém sua eficácia contra as moscas
tsé-tsé pode ser limitada.
A Pentamidina também pode ajudar na prevenção, contudo, os efeitos
colaterais envolvem o dano nas células pancreáticas, o que pode gerar
hipoglicemia seguida, posteriormente, de diabetes. Sendo assim, a droga
raramente é utilizada com a finalidade de profilaxia.
Fonte: Minha vida
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