Córnea: É a primeira estrutura do olho que a luz atinge. A córnea se constitui
de cinco camadas de tecido transparente e resistente. A camada mais externa, o
Epitélio, possui uma capacidade regenerativa muito grande e se recupera
rapidamente de lesões superficiais. As quatro camadas seguintes, mais internas,
são que proporcionam uma rigidez e protegem o olho de infecções.
Íris: A porção visível e colorida do olho, logo atrás da córnea. Possui músculos
em disposição tal que possam aumentar ou diminuir a pupila, a fim de que o olho
possa receber mais ou menos luz, conforme as condições de luminosidade do
ambiente.
Pupila: É a abertura central da íris, através da qual a luz passa para alcançar
o cristalino.
Cristalino: É quem ajusta na retina o foco da luz que vem através da pupila.
Tem a capacidade de, discretamente, aumentar ou diminuir sua superfície curva
anterior, a fim de se ajustar às diferentes necessidades de focalização das
imagens, próximas ou distantes. Esta capacidade se chama "acomodação".
Retina: É a membrana que preenche a parede interna em volta do olho, que
recebe a luz focalizada pelo cristalino. Contém fotorreceptores que transformam a
luz em impulsos elétricos, que o cérebro pode interpretar como imagens. Existem
na retina dois tipos de receptores: bastonetes(+ ou -120 milhões) e cones (+ ou - 7
milhões), que se localizam em torno da fóvea. Cada receptor comporta em torno
de 4 milhões de moléculas, ricas em rodopsina, que é capaz de absorver quanta
luminosos decompondo-se em duas outras moléculas.
Nervo Óptico: Transporta os impulsos elétricos do olho para o centro de
processamento do cérebro, para a devida interpretação.
Esclera: É o nome da capa externa, fibrosa, branca e rígida que envolve o olho,
e contínua com a córnea. É a estrutura que dá forma ao globo ocular.
A Fisiologia do Desenvolvimento da Visão
A visão central da criança, do nascimento até cerca de oito anos de idade,
comporta-se diferentemente da do adulto: ela aperfeiçoa-se ou deteriora-se com a
qualidade da informação visual. Nessa fase, conhecida como “período de
maturação”, o cérebro interage abertamente com a retina para melhorar a
interpretação das informações do ambiente. É fundamental, pois, que ele receba
informações claras e precisas nesse período.
No entanto, isso só é possível se ambas as retinas transmitirem sinais nítidos e
semelhantes.
Como cada olho oferece imagem de um ângulo diferente, o cérebro acaba
recebendo duas imagens discretamente díspares. Quando as une numa impressão
visual única, a disparidade gera um efeito tridimensional. Esse fenômeno só é
possível em virtude da mistura de informações das duas retinas, promovidas pela
fibras dos nervos ópticos. Quando isto não ocorre, como em casos de estrabismo, o
desalinho dos eixos visuais faz com que cada olho forneça imagens muito
diferentes entre si, conflitantes, impedindo o processo de fusão, o que faz com que
o cérebro acabe "escolhendo" uma das imagens, desprezando a outra. Com isso o
olho que tem sua imagem preterida, não se desenvolve na mesma proporção que o
outro, pois não é exigido, sendo pouco usado. A correção tardia, só beneficia a
estética, pois o período de desenvolvimento da visão já terminou. É dado o nome
de ambliopia à baixa visão decorre de uma deficiência de maturação visual, e ao
indivíduo que a porta, amblíope.
A luz, proveniente de um objeto de interesse, atravessa os meios transparentes
do olho e chega à retina. Aí, ela é convertida em impulsos elétricos, que são
levados ao córtex occipital através dos nervos e vias ópticas. No córtex, os
impulsos são decodificados na forma de uma impressão visual.
A retina não tem a mesma sensibilidade em toda sua extensão. Possui uma
área, do tamanho da cabeça de um alfinete, responsável pela discriminação dos
objetos. Essa área é conhecida como fóvea. A fóvea fica próxima do disco óptico,
mas ligeiramente deslocada para o lado temporal. O disco óptico é o local onde o
nervo óptico penetra no olho. Como nessa região não existem fotorreceptores, ele é
completamente cego.
Todo o resto da retina é responsável pela visão de campo. A visão de campo é
fundamental para a locomoção, pois dá uma apreciação de conjunto.
A medida da visão foveal chama-se acuidade visual. A da visão de campo
chama-se campimetria. É importante o conceito de que a perda de visão de campo
é mais desabilitante que a da visão central.
A Fisiologia da Visão Binocular
A visão binocular de seres humanos resulta da superposição quase completa
dos campos visuais de cada olho, o que suscita discriminação perceptual de
localizações espaciais de objetos relativamente ao observador (localização
egocêntrica) bem mais fina (estereopsia), mas isso ocorre em, apenas, uma faixa
muito estreita (o horóptero). Aquém e além dela, acham-se presentes diplopia e
confusão, sendo necessária supressão fisiológica (cortical) para evitá-las.
A percepção de distâncias egocêntricas não é necessariamente vinculada a essa
superposição de campos, podendo ser dada por uma série de “pistas monoculares”
tais como as de:
a) interposição de estímulos (os mais próximos “cobrindo” os contornos e áreas
dos mais distantes);
b) tamanhos relativos das imagens (maiores para os de objetos mais próximos,
menores para os dos mais distantes);
c) contornos e brilhos (mais acentuados com a proximidade, esmaecidos com o
distanciamento);
d) zonas de sombras e iluminação (sugerindo relevos e cavidades);
e) perspectiva aérea (coloração mais azulada para grandes distâncias, pela
interposição de ar entre o observador e os objetos);
f) perspectiva cinemática (pelo observador em movimento: objetos mais
próximos com deslocamentos aparentes mais rápidos).
Fisiologia e Percepção
Percepção é o processamento, em etapas sucessivas, da luz que chega aos nossos
olhos. Esta informação está codificada (não no sentido da semiologia) através de
regras de transformação naturais. Essencialmente, as regularidades destes
fenômenos, referem-se a três características da luz: sua intensidade, seu
comprimento de onda, sua distribuição no espaço (e no tempo).
A interpretação de luminosidade de um objeto, já provém de nossa
interpretação da quantidade se luz emitida ou refletida por ele.
Fotópica: modo de visão "normal", quando são iluminados por uma luz diurna.
Aciona basicamente os cones, e por isso, distingue as cores. Acontece na região
central da retina, diretamente ligada ao movimento da pupila, tem sua acuidade
acentuada.
Estocópica: é a visão "noturna", predominante a atividade dos bastonetes,
apresenta uma percepção acromática, de fraca acuidade e acontece,
principalmente diante da baixa luminosidade, na região periférica da retina.
A percepção da cor se dá através do espectro de luz, o arco-íris, sendo a cor,
propriamente dita da luz emitida varia de acordo com o comprimento de onda. A
variação do comprimento de onda é invisível a olho nu, nas regiões externas do
espectro.
Cor = comprimento de onda
Assim como a distinção de luminosidade é resultado das reações do sistema
visual à luminância dos objetos, a cor, não está "nos objetos", mas em nossa
percepção. Em uma das formas de classificação empírica das cores utiliza-se da
combinação de três valores: o matiz (comprimento da onda), a saturação, que a
"pureza" da cor (incidência de branco) e a luminosidade que é vinculada ao
conceito de luminosidade da cor ("incidência do preto").
O conceito de borda visual define-se pela região limítrofe entre duas
superfícies de luminância diferente em relação a um ponto de vista. Até metade
do séc. XX pensava-se que a retina era uma superfície sensível, porém "burra" e
transmitia a informação "ponto a ponto", sem interpretá-la. Atualmente sabe-se
que a informação trafega ininterruptamente da retina ao córtex. Segundo o
médico e físico alemão Hermann von Helmholtz (1821-1894), nossa percepção é
construída por meio de inferências que inconscientemente fazemos sobre o mundo
à nossa volta. Essas inferências são contrastadas com informações que o
organismo colhe do ambiente. Cada vez que essas expectativas não são
correspondidas, ajustamos nossos perceptos, criando novas inferências e testando
novas conjecturas.
A idéia de que nossa percepção dê-se de maneira indireta, por meio de
confirmações de expectativas, foi defendida por vários psicólogos do séc. XX, como
Irving Rock (1922-1995) e Richard Gregory (1923). Esses pesquisadores
demonstraram experimentalmente a participação das expectativas do observador
no processo perceptivo. Normalmente, não nos damos conta de que grande parte
daquilo que percebemos quotidianamente é uma construção ativa do nosso
sistema nervoso. O psicólogo e filósofo inglês William James (1842-1910) escreveu
antes da virada do século XIX:
“Quando escutamos um orador que fala ou lê uma página em voz alta,
muito do que pensamos ver ou ouvir é, de fato, suprido pela nossa
memória”.
Ilusões: Sensoriais, Químicas e Cognitivas
Embora as ilusões visuais sejam as mais estudadas, elas existem em outras
modalidades sensoriais, como audição, tato, olfação e gustação. No caso das
ilusões visuais, muitas vezes são denominadas, genérica e imprecisamente,
“ilusões de ótica”. Em uma tentativa de classificação, podemos dizer que as
ilusões visuais derivam de três principais vertentes: ópticas, sensoriais e
cognitivas.
Um objeto parcialmente mergulhado na água é visto como descontínuo, sendo a causa desse fenômeno a refração da luz pela interface água-ar. |
Cores muito próximas, com contrastes de matiz, luminosidade e saturações
distintas demais, causam uma "vibração" tornando a borda entre as cores
imprecisas. |
Fonte: Análise do Simbólico no Discurso Visual – prof. Luiz Antônio Coelho - LabCom
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